quarta-feira, 17 de setembro de 2014

ADUBAÇÃO



NUTRIÇÃO

Existem dois grupos de seres vivos em relação à obtenção de seu alimento, os heterotróficos e os autotróficos. Os seres vivos heterotróficos são aqueles que não conseguem produzir seu próprio alimento, como por exemplo, nós, que dependemos de uma fonte externa de energia para sobrevivermos, a qual adquirimos com os alimentos que ingerimos. Já as plantas, que são organismos autotróficos, conseguem produzir seu próprio alimento a partir de minerais, água, CO2 e luz (fotossíntese).

Cerca de 95 % da matéria seca de uma planta é constituída de carbono (C), oxigênio (O) e hidrogênio (H). O restante (5 %) é composto pelos chamados nutrientes minerais, também conhecido como elementos essenciais. Estes nutrientes estão divididos em dois grupos, aqueles que são exigidos em maiores quantidades, macronutrientes, e os que são exigidos em menores quantidades, micronutrientes. Os macronutrientes são: nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S); e os micronutrientes: ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn), cobre (Cu), boro (B), molibdênio (Mo), cloro (Cl) e níquel (Ni). Estes elementos são essenciais ao desenvolvimento da planta, ou seja, na ausência de qualquer um deles a planta não consegue sobreviver. 

Os elementos C, O e H são fornecidos à plantas a partir da água e CO2, não havendo limitação desses nas condições normais de cultivo. A limitação de qualquer nutriente resultará em crescimento e desenvolvimento mais lento, em plantas mais susceptíveis a doenças e pragas e, em casos mais severos de limitação nutricional, no surgimento de sintomas visuais de deficiência.


FUNÇÕES DOS NUTRIENTES NAS PLANTAS

Como se viu anteriormente existe nutrientes minerais que são essenciais à manutenção da vida das plantas, agora será descrito o papel destes nutrientes. Pode-se comparar a sua atuação com a construção de uma casa, qualquer construção tem componentes fixos, como paredes e pisos, que não podem ser transferidos de um lugar para outro, também existem componentes móveis, como lâmpadas, as quais poderão ser transferidas de um cômodo para outro caso seja necessário, e ainda podemos citar outros componentes, como: interruptores, torneiras, tubulação, a partir dos quais será permitida a passagem de energia elétrica, ou água.

Comparando uma construção com uma planta, percebe-se que a mesma tem elementos estruturais os quais dão sustentação a planta e seriam equivalentes aos tijolos e cimento das paredes e pisos, elementos envolvidos em reações ou energia, seriam equivalentes a energia elétrica, e outro grupo de elementos seriam aqueles envolvidos nos processos de ativação, seriam semelhantes a um interruptor ou torneira, ou seja, é através deles que a corrente elétrica ou a água passam.

Na natureza as orquídeas obtêm seus nutrientes no ambiente que as cercam, porém estes estão disponíveis em pequenas quantidades ao longo de todo ano. A água da chuva escorre pelos troncos e leva os nutrientes até as raízes das orquídeas e de outras plantas epífitas. Além disso, toda matéria orgânica (restos de vegetais, animais e insetos mortos e outros detritos) próxima as orquídeas no ambiente natural se decompõe com a ajuda de diversos microorganismos fornecendo a elas todos os nutrientes de forma contínua e em doses homeopáticas. Outra fonte de nutriente é aquela oriunda de microrganismos de vida livre fixadores de nitrogênio, estes captam o N2 atmosférico e fornecem as orquídeas epífitas próximas.

Acreditou-se durante muito tempo que a adubação de orquídeas seria uma prática dispensável, porém percebeu-se que a adubação produzia efeitos significativos no cultivo de orquídeas, produzindo plantas maiores, florescendo com menos tempo e sem sintomas de deficiência nutricional. Entretanto, vale ressaltar que existem grandes diferenças entre as adubações feitas pelo homem e aquelas feitas pela natureza, o homem tem pressa querendo ver respostas o mais rápido possível, já a natureza se importa apenas com a resposta não considerando o tempo, com isso não é raro a ocorrência de problemas com a aplicação em excesso de fertilizantes, levando em muitos casos à morte da planta. Porém nos cultivos comerciais e da maioria dos colecionadores ocorre forte pressão para que a planta floresça o mais rápido possível, com isso ocorre a grande aplicação de fertilizantes minerais e, ou, orgânicos com o objetivo de antecipar a floração da planta.

Considerando que a população de plantas epífitas não se restringe somente às orquídeas e que existem inúmeras outras plantas sobre troncos ou árvores, percebe-se que a quantidade de nutriente disponível para cada planta é muito pequena, mas suficiente para que a mesma cresça e se desenvolva de forma lenta e gradual. É muito comum na natureza plantas levarem décadas para florescer, acumulando nutrientes e reservas para que a reprodução seja possível. A emissão de uma flor e, ou, a formação de um fruto demanda muita energia e isso só é possível quando a planta apresenta um estoque de nutrientes e de carboidratos suficiente para sustentar tais eventos. O objetivo da planta é produzir sementes e para isto não tem necessariamente um tempo estipulado. Dependendo da riqueza do ambiente e da disponibilidade de nutrientes e água, essa planta levara mais ou menos tempo para florescer e frutificar.

 A adubação em orquidários é prática considerada obrigatória na atualidade, visto que as fontes de nutrientes que a planta dispunha na natureza são extremamente restritas em condições comerciais. Nesse caso há limitação de espaço para que as raízes explorem o ambiente, falta de deposição de matéria orgânica das diversas fontes da natureza e uma grande concentração de plantas em um pequeno espaço, obrigando as mesmas a competirem pela pequena disponibilidade de nutrientes.

A maioria dos substratos utilizados no cultivo de orquídeas é extremamente pobre em nutrientes, tornando obrigatória a adubação para que se tenha sucesso na produção de belas plantas. Entre os substratos utilizados destaca-se o xaxim que foi durante muito tempo o mais utilizado no cultivo. Hoje, com a proibição do seu uso, inúmeros outros substratos surgiram em substituição ao xaxim, porém a maioria desses é pobre em nutrientes e torna obrigatório o uso de fertilizantes para quem quer ter pleno florescimento de suas plantas.

Muitos questionamentos são feitos em relação à adubação, algumas pessoas relatam que não adubam suas plantas e conseguem florescimento das mesmas. Esse fato pode ocorrer, porém varia muito com a espécie em questão, com a riqueza do ambiente e do substrato; e na maioria desses casos a qualidade da flor formada e pouco satisfatória. Quando adubada a mesma pode apresentar um número maior de flores, maior tamanho, maior durabilidade e antecipação do florescimento. Trabalhos recentes em nutrição de orquídeas comprovam tais fatos.

A adubação é uma ferramenta importante na manutenção da saúde de qualquer planta, e quando utilizada de forma correta traz resultados muito satisfatórios.

Elementos essenciais e benéficos

Considerando uma análise mineral completa de tecidos vegetais encontrar-se-ão inúmeros elementos químicos. Porem a simples presença de um elemento químico em uma planta não significa que o mesmo exerça alguma função no metabolismo da mesma. Dentre os elementos encontrados no tecido vegetal existem aqueles chamados essenciais e denominados de nutrientes, estes desempenham importantes funções no metabolismo vegetal e na ausência de qualquer um deles a planta não sobrevive.

Para que um elemento químico presente no tecido vegetal seja considerado essencial para a planta é necessário que o mesmo obedeça aos seguintes critérios:
 1 – Sem ele a planta não completa seu ciclo de vida, ou seja, de semente a semente,
2 – O elemento não pode ser substituído totalmente por outro semelhante,
3 – Este elemento deverá participar diretamente no metabolismo da planta.

Elementos essenciais – Nutrientes

Carbono, Hidrogênio e Oxigênio: Esses elementos, em condições normais, são fornecidos pelo ar e água e são objeto de estudo da Fisiologia Vegetal.

Principais funções dos nutrientes minerais em plantas:

Nitrogênio (N) – Constituinte de aminoácidos, proteínas e, portanto, de enzimas; é constituinte, também, de ácidos nucléicos, ATP, alcalóides, clorofila, bem como de componentes estruturais da parede celular. Sua deficiência tem como maior problema a limitação na síntese de proteínas e, como conseqüência, a falta de enzimas com forte efeito negativo sobre o crescimento e desenvolvimento da planta. Sua deficiência causa clorose ou amarelecimento foliar, em razão da menor síntese de clorofila.

Fósforo (P) – Envolvido na transferência de energia pela formação de compostos, como ATP, ricos em energia, e como componente de membranas celulares e ácidos nucléicos. É o elemento mais envolvido no processo de estocagem e consumo de energia na planta. Ativador de enzimas-chave no metabolismo.

Potássio (K) – Sua função principal é o controle do balanço hídrico da planta, ou seja, é responsável pelo turgor da planta por meio do controle da abertura estomática. Essencial à síntese de proteínas e carboidratos. Ativador de numerosas enzimas. Cálcio (Ca) – Maior constituinte da parede celular, sendo, portanto, essencial à formação de novas células (divisão celular) e à estabilidade de membranas celulares. Ativador de enzimas.

Magnésio (Mg) – Componente da clorofila. Requerido para a síntese de proteínas e ativador de enzimas.

Enxofre (S) – É constituinte dos aminoácidos cisteína e metionina, o que torna a síntese de proteínas limitada pela deficiência deste nutriente.

Ferro (Fe) – Componente de reações relacionadas a ganho (fotossíntese) e perda (respiração) de energia, dada sua função na transferência de elétrons (e-), por meio dos estados de oxidação reversíveis: Fe3+ + e- ↔ Fe2+ (constituinte da cadeia de transporte de elétrons).

Manganês (Mn) – Possui propriedades similares às do magnésio em alguns sistemas enzimáticos. Envolvido na regulação da concentração de auxina1 na planta por meio da enzima auxina-oxidase. Requerido na fotossíntese para a divisão da molécula d’água pela luz.

Cobre (Cu) – À semelhança do ferro, participa de reações relacionadas à cadeia de transporte de elétrons (Cu2+ + e- ↔ Cu+). Ativador de diversas enzimas. 

Zinco (Zn) – Envolvido na síntese de auxina e, portanto, no alongamento celular: alongamento de entrenós, folha, etc. Constituinte de muitas enzimas.

Boro (B) – Constituinte de membranas e parede celular, sendo, portanto, essencial à divisão e ao crescimento celular.

Molibdênio (Mo) – Constituinte de duas enzimas essenciais ao metabolismo do nitrogênio na planta: a nitrato redutase, responsável pela redução do nitrato absorvido e a conseqüente utilização deste nutriente na síntese de proteína; e a nitrogenase, envolvida na fixação biológica do nitrogênio atmosférico2. Portanto, é um elemento envolvido em transporte de elétrons (MoVI+ + e- ↔ MoV+). A deficiência deste nutriente na planta causa sintoma semelhante ao provocado pela deficiência de
nitrogênio.

Cloro (Cl) – Envolvido na divisão da molécula da água com evolução de O2 no processo fotossintético. Apesar de sua essencialidade à planta, teoricamente comprovada em ambiente controlado, sua deficiência não tem sido detectada em ambientes não-controlados.

Níquel (Ni) – Constituinte enzimática da urease. A urease é essencial à utilização da uréia como fonte de N pelas plantas. Sem a urease, a aplicação de uréia causa grande acúmulo deste composto na planta, levando à necrose intensa nas pontas das folhas. Assim, a toxidez provocada pela uréia pode ocorrer em plantas com baixa concentração de Ni. A concentração ótima (ideal) de Ni em plantas, de modo geral, está na faixa de 1 a 10 mg/kg de matéria seca. Não há informações sobre sua concentração ideal em orquídeas.



Sintomas visuais de deficiência nutricional

A deficiência de qualquer um dos nutrientes irá limitar o crescimento e desenvolvimento da planta e, dependendo da intensidade com a qual essa deficiência esteja ocorrendo, será possível observar sintomas evidentes dessa deficiência. Também pode ocorrer uma deficiência silenciosa, na qual a planta não manifesta claramente os sintomas de deficiência nutricional, sendo a redução no crescimento da planta o sintoma visual mais proeminente dessa deficiência.

Esses sintomas são divididos em dois grupos: sintomas de deficiência relativos aos nutrientes móveis e sintomas relativos aos nutrientes imóveis, ou seja, existe diferença no comportamento dos nutrientes dentro da planta. Como já se sabe existem elementos estruturais, os quais, não poderão ser retirados de uma determinada parte da planta para satisfazer as necessidades de outra, são os chamados nutrientes imóveis e o sintoma de sua deficiência se dá em regiões novas como brotos e raízes em formação, por outro lado existem elementos móveis que podem ser retirados de uma determinada parte da planta para satisfazer outra, assim, sob condições de deficiência desses nutrientes, a planta transfere o nutriente de um órgão mais velho e menos ativo, para um órgão novo e mais ativo que necessita do nutriente, aparecendo, então, os sintomas nas partes mais velhas. Com isso podemos construir uma chave de identificação de sintomas visuais de deficiência nutricional.



Chave de identificação de sintomas visuais de deficiências nutricionais em orquídeas

Mobilidade na planta

Outra classificação possível dos nutrientes diz respeito a sua mobilidade na planta, alguns nutrientes tem alta mobilidade, outros não podem ser realocados pela planta. 

Elementos móveis:  N, P, K, Mg, Cl: No caso destes elementos sua translocação na planta é rápida, com isso a prioridade da planta por esses nutrientes, no caso de deficiência, se dará nas regiões de franco crescimento e dessa forma esses nutrientes serão translocados das regiões velhas para as regiões novas, surgindo os sintomas visuais de deficiência nas folhas mais velhas.

 Elementos imóveis ou pouco móveis:  Ca, B, Mn, Fe, Zn, Cu, Mo e S: Nutrientes para os quais não há mobilidade ou a mesma é muito restrita na maioria das espécies. Nessa condição estes nutrientes não são translocados para as regiões de franco crescimento, logo os sintomas de deficiência ocorrerão nas partes novas, as quais não receberão o nutriente nem do solo e nem de outras regiões da planta de forma satisfatória.

Nutrientes móveis (sintomas ocorrem em folhas mais velhas)

N  - Amarelecimento uniforme de folhas mais velhas (traseiras), com posterior perda destas folhas, permanecendo apenas o pseudobulbo no caso daqueles gêneros que o possuem. Redução do crescimento.

P - Crescimento reduzido; plantas com folhas com um verde muito escuro e, ou, avermelhadas (manchas avermelhadas pelo acúmulo de antocianina – pigmento avermelhado).

K - Amarelecimento e necrose (morte de tecido) de folhas mais velhas; plantas mais suscetíveis a pragas e doenças.

Mg - Folhas velhas com clorose internerval. Pontas das folhas cloróticas esbranquiçadas, dobradas (enroladas) para dentro.

Nutrientes imóveis (sintomas ocorrem em folhas mais novas e brotações)

Ca - Morte de brotações e raízes novas. Crescimento restrito de raízes.

 S - Amarelecimento uniforme, mais intenso nas folhas mais novas.

B - Morte de brotações e de raízes. Engrossamento de folhas novas e de pontas
de raízes. 

Nas flores, pétalas, sépalas e labelo não se formam completamente, deformando-se.

Mn e Fe - Folhas novas com clorose e possível necrose internerval. No caso de deficiência de Fe, a clorose tende a ser mais clara, esbranquiçada. Dada a semelhança do sintoma desses dois nutrientes, a separação entre eles deve ser feita determinando-se suas concentrações foliares para verificar qual
deles ou os dois é, ou são, limitante(s).

Cu - Folhas novas deformadas, retorcidas.

Zn - Folhas novas anormalmente pequenas, lançamentos ou entrenós curtos. Limitado crescimento de tecidos mais novos. Brotação intensa de gemas, com morte subseqüente das brotações.





REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SANTOS, F . A.; Nutrição e fertilização de orquídeas Estudo de caso – Cattleya walkeriana; Núcleo de Pesquisa e Conservação de Orquídeas - Universidade Federal de Viçosa (NPCO – UFV); VIÇOSA / MG; 2010.

B&G Flores - Bonitas e Grandes Flores, Nutrição Vegetal; DISPONIVEL EM:  http://www.begflores.com.br/home.php?m=3&c=0&p=1; 17/09/2014; 17:01.


sábado, 18 de agosto de 2012

Julgamentos em Exposições



Como Julgar uma Orquídea pela sua forma e beleza? qual a melhor? se é que se poder saber disso, que planta tem melhor genética, quais as mais bonitas cores?


Primeiro como requisito para o julgamento, deve-se entender que  a planta é julgada em categorias, afinal seria desonesto julgar em comparação uma nobilior ou uma leopoldii contra um Oncidium, são plantas de diferentes formas que evolução fez questão de " entalhar" a partir da sua necessidade e complexidade genética, tudo pela melhor forma , para melhor reprodução.


As categorias mais usais nas exposições Brasil a fora são: espécie brasileira, espécie estrangeira, melhor híbrido, microrquídea, melhor espécie botânica, melhor exótica. deve-se levar em conta o aspecto horticultural da planta, analisando aspecto sanitário(presença de doenças e pragas, a arrumação da planta no vaso e sua identificação correta só assim vem o julgamento técnico da flor, onde cada categoria possui sua particularidade e não define 100 por cento a beleza de uma planta comparada as outras... ela somente se encaixa num padrão de julgamento do que mais se aproxima de uma flor perfeita no contexto das regras de julgamento e dos jurados (que geralmente são pessoas experientes no cultivo de orquídeas e no estudo desse grupo) também são observados a disposição das flores na inflorescência, quantidade de flores ostentada, cor, a forma, a substancia, a textura.



Para o julgamento do formato da flora a mesma deve apresentar-se quase redonda e cheia, isto é, desenhando-se um circulo circunscrito que tenha como centro a base da coluna tangenciando as extremidades das pétalas, sépalas e labelo, a flor deverá preencher a maior parte da área possível do circulo. As sépalas devem formar por si mesmas quase um triângulo equilátero e as pétalas juntamente com o labelo também um triângulo equilátero só que invertido. Devendo as sépalas serem largas preenchendo bem o desenho do círculo preenchendo as lacunas entre as pétalas e o labelo( ocorrendo exceçoes dependendo da planta).


sd= sépala dorsal, p= pétalas, sl= sépala lateral, f= fauce, l= labelo



Com isso, o propósito do julgamento de qualidade é reconhecer os avanços e a superioridade das flores de orquídeas em relação as existentes até aquela data. e para isso de acordo com a American Orchid Society - AOS, devem aplicar três princípios básicos:

O Padrão hipotético de perfeição atual;

Conhecer o mérito das plantas julgadas, anteriormente no que diz respeito ao tipo, cruzamento, e suas outras características;
 E o avanço que qualquer qualidade ou característica da planta representa sobre o que foi testemunhado até aquele momento e que possa estabelecer um novo patamar para o futuro. Seguindo esta linha de raciocínio, novas linhas de cultivo, incluindo novas formas, cores, e hábitos de crescimento podem ser consideradas mas não devem ser premiadas a não ser que exprimam características superiores de qualidade. Existem as categorias que premiam novas espécies ou linhas de cultivo como o JC, AD, CHM, e CBR.

os prêmios concedidos pela AOS são:


FCC – First Class Certificate / Certificado de Primeira Classe

Será agraciada com um FCC, a planta espécie ou híbrida, que atingir 90 ou mais pontos de 100 possíveis de acordo com a escala de pontuação do seu gênero.


AM – Award of Merit / Prêmio de Mérito

Será agraciada com um AM, a planta espécie ou híbrida, que atingir 80 a 89 de acordo com a escala de pontuação do seu gênero.


HCC – Highly Commended Certificate / Certificado de Alto Louvor

Será agraciada com um AM, a planta espécie ou híbrida, que atingir 75 a 79 de acordo com a escala de pontuação do seu gênero.


JC – Judges Commendation / Comenda dos Juízes

Dado a plantas ou grupos de plantas com características importantes do ponto de vista histórico ou com outra característica que os juízes entendam ser digna de registro. Os critérios usados devem ser registrados. Só pode ser concedido se 75% ou mais dos juízes concordarem com a premiação.


AD – Award of Distinction / Prêmio de Distinção

Prêmio concedido a um cruzamento exibido individualmente ou em grupo, representando uma importante novidade em híbridos. Este prêmio deve ser concedido com a unanimidade dos juízes. Os critérios usados para conceder esta premiação devem ser registrados pelos juízes. Se o expositor e o dono do registro do híbrido forem diferentes, um prêmio deve ser dado a cada um deles.


AQ – Award of Quality / Prêmio de Qualidade

Esse prêmio será dado aquele que apresentar um grupo de clones que representem a seleção de plantas através de cultivares, com mais de 12 indivíduos que exprimam a evolução de um híbrido ou espécie sobre seus predecessores. Os parentescos cultivares devem ser fornecidos pelo expositor. Ao menos um dos clones expostos deve receber ou ter recebido um prêmio de qualidade floral. É concedido unanimemente por todos os juízes. No caso de híbridos, e o expositor e o dono do registro forem diferentes, ambos devem receber a premiação.


CCE – Certificate of Cultural Excellence / Prêmio de Qualidade Cultural

É concedido ao expositor que apresente uma planta com uma saúde robusta e um número incomum de flores. Esta planta deve estar sob os cuidados do expositor por ao menos seis meses antes do julgamento. A planta deve alcançar ao menos 90 pontos dos possíveis 100 da escala de Mérito Cultural.


CCM – Certificate of Cultural Merit / Prêmio de Mérito Cultural

É concedido ao expositor que apresente uma planta com saúde robusta e um número incomum de flores. Este prêmio reconhece a habilidade cultural do expositor e não propriamente a planta. Esta planta deve estar sob os cuidados do expositor por ao menos seis meses antes do julgamento. A planta deve alcançar de 80 a 89 pontos dos possíveis 100 da escala de Mérito de Excelência Cultural.


CHM – Certificate of Horticultural Merit – Certificado de Mérito Horticultural

Concedido a um cultivar ou híbrido natural bem cultivado e florido com notável apelo estético que contribua para os aspectos horticulturais da orquidologia. A planta inteira deve ser exposta e não somente a inflorescência. Este prêmio pode ser dado mais de uma vez se a planta possuir características significantemente desejáveis e diferentes de outros cultivares premiados anteriormente e conseguir se superar. As características deste cultivar devem ser descritas claramente pelos juízes, com medidas e país de origem. O prêmio fica sendo provisório e só se torna definitivo após a confirmação por parte de um taxonomista reconhecido pela AOS. Deve alcançar ao menos 80 pontos da escala de Mérito Horticultural. Uma planta não pode receber um CBR e um CHM no mesmo julgamento.


CBR – Certificate of Botanical Recognition / Certificado de Reconhecimento Botânico

É dado ao cultivar de uma espécie ou híbrido natural merecedor de reconhecimento pela raridade, novidade ou valor educacional. A planta inteira deve ser exposta. A planta não necessita ser desejável horticulturalmente. Nenhuma outra planta da mesma espécie pode ter sido premiada previamente. Nenhuma escala de pontos é necessária mais deve ter a concordância de ao menos dois terços dos juízes. As descrições completas com medidas e país de origem devem ser registradas, pois pela definição desta premiação, esta planta não havia sido descrita anteriormente pela AOS. O prêmio fica sendo provisório e só se torna definitivo após a confirmação por parte de um taxonomista reconhecido pela AOS.
Julgamento de Cattleyas e Afins.

As sépalas devem se arrumar de forma a se alinharem em um triângulo equilátero. No exemplo ao lado a sépala dorsal não está em equilíbrio com as demais sépalas.


A forma geral da flor deve ser redonda e plana. Um círculo desenhado tendo como centro, a base da coluna, deve tocar as pontas do labelo, das pétalas e sépalas. A flor deve preencher o máximo de espaços deste círculo imaginário. No exemplo ao lado, apesar da flor ter uma boa forma, ainda poderia ser melhor. Suas pétalas poderiam tocar as extremidades do círculo.

As pétalas e labelo devem se alinhar da mesma maneira mais de forma invertida.


As sépalas devem ser largas e preencher o espaço entre o labelo e as pétalas. As pétalas devem ser eretas a levemente arqueadas, largas e redondas, crespas ou onduladas nas margens de acordo com a variedade. O labelo deve ser proporcional as pétalas, sendo redondo, plano, simétrico, crespo, tubular ou em forma de istmo (língua), de acordo com os ancestrais.  A flor deve ser o mais plana possível vista de lado, com o labelo inclinado para baixo e não formando um ângulo reto em relação ao plano das pétalas e sépalas.
A cor da flor deve ser cristalina, brilhante, forte e uniformemente espalhada pelas pétalas e sépalas sem ter áreas desbotadas. As nuances podem ser relacionadas com os pais ou de coloração incomum contanto que pintas, manchas, flameados tenham padrões harmoniosos e balanceados. O labelo pode ser mais destacado e ricamente colorido ou combinar com o restante da coloração da flor.
O tamanho da flor deve ser igual ou maior que a média geométrica dos pais. Atualmente já é conhecido o potencial das espécies em termos de tamanho como referência e base para julgamentos. A haste deve ser forte e ereta possibilitando o melhor arranjo das flores e visualização do seu potencial. As flores não devem ficar emboladas e nem distorcerem umas as outras.


A escala de pontuação para Cattleyas é a seguinte:
Forma da Flor
Forma Geral
15
Sépalas
5
Pétalas
5
Labelo
5
Total
30
Cor da Flor
Cor Geral
15
Sépalas
7
Pétalas
Labelo
8
Total
30
Outras Características
Tamanho da flor
10
Substância e Textura
20
Inflorescência e arranjo das flores
-
Quantidade de flores
-
Quantidade de flores e hastes
10
Haste
-
Total
40
Total Geral
100



A escala de pontuação para Cymbidiums é a seguinte:
Forma da Flor
Forma Geral
15
Sépalas
5
Pétalas
5
Labelo
5
Total
30
Cor da Flor
Cor Geral
15
Sépalas
8
Pétalas
Labelo
7
Total
30
Outras Características
Tamanho da flor
10
Substância e Textura
10
Inflorescência e arranjo das flores
10
Quantidade de flores
10
Quantidade de flores e hastes
-
Haste
-
Total
40
Total Geral
100




A escala de pontuação para Miltonias é a seguinte:
Forma da Flor
Forma Geral
15
Sépalas
6
Pétalas
Labelo
9
Total
30
Cor da Flor
Cor Geral
15
Sépalas
6
Pétalas
Labelo
9
Total
30
Outras Características
Tamanho da flor
10
Substância e Textura
10
Inflorescência e arranjo das flores
10
Quantidade de flores
10
Quantidade de flores e hastes
-
Haste
-
Total
40
Total Geral
100


A escala de pontuação para Odontoglossum é a seguinte:
Forma da Flor
Forma Geral
15
Sépalas
5
Pétalas
5
Labelo
5
Total
30
Cor da Flor
Cor Geral
15
Sépalas
5
Pétalas
5
Labelo
5
Total
30
Outras Características
Tamanho da flor
10
Substância e Textura
10
Inflorescência e arranjo das flores
10
Quantidade de flores
10
Quantidade de flores e hastes
-
Haste
-
Total
40
Total Geral
100

A escala de pontuação para Paphiopedilum está representada pela coluna com a letra "P" e a de uso Geral com a letra "G":
Forma da Flor
P
G
Forma Geral
20
-
Sépalas
10
-
Pétalas
5
-
Labelo ou bolsa
5
-
Total
40
30
Cor da Flor
P
G
Cor Geral
20
-
Sépalas
10
-
Pétalas
5
-
Labelo
5
-
Total
40
30
Outras Características
P
G
Tamanho da flor
10
10
Substância e Textura
5
10
Inflorescência e arranjo das flores
-
10
Quantidade de flores
-
10
Quantidade de flores e hastes
-
-
Haste
5
-
Total
20
40
Total Geral
100


A escala de pontuação para Phalaenopsis é a seguinte:
Forma da Flor
Forma Geral
15
Sépalas
5
Pétalas
6
Labelo
4
Total
30
Cor da Flor
Cor Geral
15
Sépalas
10
Pétalas
Labelo
5
Total
30
Outras Características
Tamanho da flor
10
Substância e Textura
10
Inflorescência e arranjo das flores
10
Quantidade de flores
10
Quantidade de flores e hastes
-
Haste
-
Total
40
Total Geral
100

A escala de pontuação para Pleurothallis é a seguinte:
Forma da Flor
Forma Geral
20
Sépala Dorsal
4
Sépalas Laterais
8
Labelo
-
Caudae
3
Total
35
Cor da Flor
Cor Geral
20
Sépala Dorsal
5
Sépalas Laterais
10
Labelo
-
Total
35
Outras Características
Tamanho da flor
10
Substância e Textura
7
Inflorescência e arranjo das flores
5
Quantidade de flores
8
Quantidade de flores e hastes
-
Haste
-
Total
30
Total Geral
100

A escala de pontuação para Vandas é a seguinte:
Forma da Flor
Forma Geral
15
Sépalas
7
Pétalas
5
Labelo
3
Total
30
Cor da Flor
Cor Geral
15
Sépalas
7
Pétalas
5
Labelo
3
Total
30
Outras Características
Tamanho da flor
10
Substância e Textura
10
Inflorescência e arranjo das flores
10
Quantidade de flores
10
Quantidade de flores e hastes
-
Haste
-
Total
40
Total Geral
100


A escala de pontuação Genérica é a seguinte:
Forma da Flor
Forma Geral
-
Sépalas (*sépala dorsal)
-
Pétalas (*sépala lateral)
-
Labelo (*bolsa)
-
Caudae
-
Total
30
Cor da Flor
Cor Geral
-
Sépalas (*sépala dorsal)
-
Pétalas (*sépala lateral)
-
Labelo (*bolsa)
-
Total
30
Outras Características
Tamanho da flor
10
Substância e Textura
10
Inflorescência e arranjo das flores
10
Quantidade de flores
10
Quantidade de flores e hastes
-
Haste
-
Total
40
Total Geral
100